A imagem do homem, base da pedagogia Waldorf, deveria estar presente nas aulas de Educação Física. Através de uma longa e profunda pesquisa ele desenvolveu uma série de exercícios tendo como base seus muitos anos de prática com alunos. Rudolf Steiner acompanhou seu trabalho com muito interesse e de vez em quando também dava dicas, mas ele próprio não criou nenhum dos exercícios.
Assim como as aulas de Educação Física, a Ginástica Bothmer começa com as crianças no 3º ano escolar com as rodas de 3º e 4º anos. Nestas rodas se encontram alguns elementos da ginástica e são uma espécie de preparação para futuros exercícios. O exercitar da ginástica só começa realmente no 5º ano e segue ate o 12º ano.
Para cada ano há exercícios específicos, que devem ajudar no desenvolvimento anímico-físico do aluno. O caráter do movimento é diferente em cada exercício de acordo com a idade. Do movimento do brincar rítmico passam aos dinâmicos e de natureza volitiva e finalmente no Ensino Médio ao movimento dirigido conscientemente que procura fazer com que o aluno vivencie o espaço em toda sua dimensão.
Os movimentos da Ginástica Bothmernão estão reduzidos a corporalidade como é o caso, por exemplo, de um treinamento muscular, mas eles procuram crescer para além do corpo físico e dar-se às forças espaciais. Portanto a ginástica não tem somente um significado para a criança em desenvolvimento, pois para isso ela foi desenvolvida originalmente, mas ela tem um significado para o homem em geral. Ela age como educação postural, como harmonização e ajuda para que o anímico-espiritual do homem, que justamente nos tempos de hoje é prejudicado pela unilateralidade da civilização moderna, possa penetrar e permear o corpo físico. O anímico-espiritual forma o corpo como um instrumento através do qual ele aparece e se manifesta.